Os detritos estão rastejando e a estrada está se espalhando.
A chama da vela se apaga e reacende, bem como a névoa se espalha após se aglomerar.
Não vemos, nem ouvimos nada.
Onde está o rei? Onde está a rainha?
Onde estamos mesmo?

A espada longa do rei cortou a floresta espinhosa e densa.

A rainha recentemente se apaixonou pela música da corte, então o rei concedeu ao músico uma cidade próspera.

O punho de ferro do rei dividiu as intermináveis extensões de montanhas áridas.

O general lutou em batalhas por várias décadas e, quando retornou vitorioso, o rei concedeu-lhe uma pequena cidade fronteiriça.

O Canal do Rei surge no Gobi, a milhares de quilômetros acima do solo vermelho.

Posso compará-la, ó Rainha, ao crepúsculo no início da primavera, quando as folhas estão caindo?

Ó, Rainha, posso vos comparar ao luar que incide sobre uma folha de lótus no verão?

Ó, Rainha, estes comparáveis à mais bela e mais suave de todas as coisas?

Ele encarava seus inimigos como se fosse uma espada.

Ele dilacerava dragões malignos como se fosse uma espinha de ferro.

Ele lutara com unhas e dentes pela vitória.

O rei finalmente encontrou sua única rosa.
A partir daquele momento, ela carregou todos os seus sorrisos e lágrimas.

No momento em que a rosa acenou para o rei, ele sentiu que todas as flores de sua vida desabrocharam.

Essa terra rica está repleta de belas mulheres, tão numerosas quanto as estrelas.
Mas os olhos do rei não as olharam nem por um momento.

O coração do rei já era tão frio e duro quanto o aço.
Mas bastou uma olhada da rainha para tudo mudar.

O rei construiu o templo para sua rainha.
Mil vezes melhor do que seu palácio.

As ordens do rei foram enviadas a todos os santuários e os artesãos trabalharam dia e noite para esculpir a escultura da rainha.

O próprio rei poliu as esculturas da rainha e as colocou na parte mais alta do santuário.

O rei adornou os longos cabelos da rainha com todas as joias do mundo, mas o sorriso dela ofuscou todos os adornos que vestia.

A Rainha desceu o rio de barco, e as águas fluíam com seu olhar gentil.

A rainha foi subindo enquanto sua voz melodiosa saltava da densa floresta.

O rei levou seu povo a cultivar as terras agrícolas, que se tornaram férteis ano após ano.

O tempo já passou há muito, muito tempo, tanto que o rei já não consegue se lembrar de quantos anos se passaram desde que ele se apaixonou pela rainha. A única coisa que não mudou foi o sorriso da rainha, que preencheu praticamente todos os cantos de sua vida.

A carruagem do rei pisoteou a aldeia perversa onde os bárbaros estavam entrincheirados.

Ah, os anos… Tão curtos, tão longos.
O corpo magnífico do rei não está mais ereto, mas o grande sorriso da rainha ainda não desponta uma única ruga.

O rugido do rei ressoou por quilômetros de campos de neve congelados.

O rei e a rainha beberam juntos, e a luz das estrelas encheu a taça de ouro em suas mãos.

O rei e a rainha dançaram juntos enquanto cristais brilhantes cobriam a plataforma alta sob seus pés.

O rei e a rainha apoiam-se mutuamente, e seus corações vigorosos preenchem os longos anos.

Louvado seja o nosso rei, que mantém os rios correndo para todo o sempre.

Louvado seja o nosso rei, que dá continuidade à canção pastoral para todo o sempre.

Louvado seja o nosso Rei, que mantém a luz do dia sempre mansa.

O rei proclamou a ordem. Todos, desde membros da nobreza até os escravos, tinham que levar consigo o retrato da rainha.

Ó, rei, nosso rei tão valente e grandioso.
Mesmo que seja um ladrão de impostos aos olhos da rainha...
Ele ainda é o nosso rei.

O rei revisou os termos do imposto e os nobres foram obrigados a pagar bem mais.

O rei quebrou a trégua e então os países vizinhos lhe ofereceram uma abundância de tesouros da noite para o dia.

O grande príncipe voltou da batalha e ordenou que se espalhasse por todo o país a notícia de que o rei estava gravemente ferido.

Alguns estavam preocupados com a segurança do rei, enquanto vários outros aguardavam ansiosamente a coroação do novo rei.

Alguns oraram por um milagre, e muitos outros esperaram pela queda de um herói.

Ninguém consegue escapar da passagem dos anos, nem mesmo nós, heróis.
Aqueles vizinhos leais estão todos ansiosos.

A prole do rei cresceu nos anos dourados e não herdou a mesma valentia do progenitor.

O reino vizinho esperou pacientemente, aguardando que as presas arredondadas e envelhecidas fizessem o rei em pedaços.

Ela quer passar esses longos anos com ele, envelhecendo juntos.
Ela queria responder àquele coração que a amava profundamente e com toda a força.

Ao fim, ela aderiu ao tabu.
Ela queimou metade de si mesma para abraçar seu amante, que esfriava lentamente.

O rei, muito doente, finalmente levantou a cabeça.
A rainha estava no lugar onde as velas se sobrepunham, brilhante e bela como sempre.

A vela acesa continua pingando cera.
Mas se uma nova vela for incorporada, ela nunca se apagará.

Ela sabe o que essas velas significam.
Por que a cera não para de escorrer?

Duas velas se misturam, um período infindável.
O rei reapareceu diante da multidão e os rumores de sua doença terminal se dispersaram.

Não sei quem foi o primeiro a acender a vela, mas a chama lhe trouxe uma juventude há muito perdida.

A multidão se esforçou para seguir o exemplo, enquanto a cera de vela se espalhou em camadas pelo chão do reino.

Cidadãos do bem lutam entre si por velas.
Sim, pois quem não gostaria de invadir a eternidade?

A cera de vela escorre, como se não houvesse fim.

E para onde foi essa cera de vela?

A rainha foi colocada no ponto mais alto do templo e, abaixo dela, a cidade estava coberta de velas.

O candelabro ganha vida graciosamente quando as chamas azuis saltam.

Era a forma da mulher que ele havia amado muito, muito mesmo.

Etna, minha favorita. Por favor, ofereça a outra metade.
Que seu nome acompanhe nosso reino por toda a eternidade.

Uma estranha doença começou a se espalhar entre os jovens do reino.

Os infectados e adoecidos perdem rapidamente a vitalidade, sendo descritos como "murchos".

A multidão foi à loucura, esperando o fim chegar.

Velas gravadas com o nome da rainha foram enviadas para todo o reino.

Uma pessoa muito doente tocou a vela e voltou à vida.

Era como se tudo tivesse voltado a ser como no início da história.

Por que o tempo demora tanto? Por que a energia em meu corpo continua diminuindo dia após dia?

Por que ainda não parou? Por que eu o vi atacar novamente quando já havia escapado?

Por que os anos não têm fim? Por que parece que o fogo me incendeia e se apaga repetidas vezes?

Estendo minha mão para você, mas não consigo cantar a canção de despedida.Minha garganta, antes de chamar seu nome.Como uma vela, se desfazendo aos poucos.

Estendo minha mão para você, mas não consigo cantar a canção de despedida.Minha garganta, antes de chamar seu nome.Como uma vela, se desfazendo aos poucos.

Estendo minha mão para você, mas não consigo cantar a canção de despedida.Minha garganta, antes de chamar seu nome.Como uma vela, se desfazendo aos poucos.

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Estendo minha mão para você, mas não consigo cantar a canção de despedida.Minha garganta, antes de chamar seu nome.Como uma vela, se desfazendo aos poucos.

Quando todos os marcos da eternidade caírem, sem deixar rastro de sua existência. Como podemos descrever a eternidade de outrora para as gerações futuras?